sexta-feira, 27 de março de 2015

Os 4 elementos e o Rito Escocês Antigo e Aceito (O ar)

   Dando continuidade ao estudo dos Quatro Elementos (terra, água, ar e fogo) e o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Link para => Introdução
Link para => A terra
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    Entre os 4 Elementos, o ar é o que possui o significado mais ligado ao espírito.
    Muitos povos da Antiguidade, entre eles os egípcios e os hebreus, associavam a vida a um sopro sobrenatural que penetrava no corpo humano.
   O Livro do Gênesis e, em consequência as tradições judaica, cristã e islâmica, relata que Adão, o primeiro homem, recebeu a vida a partir de um sopro divino (ou nephesh).
Michelângelo causou polêmica ao retratar a
criação do primeiro Homem com um toque
do dedo de Deus, ao invés do sopro divino.
  A Mitologia Egípcia narra que a deusa Ísis reviveu, momentaneamente, seu marido, o deus Osíris, com um sopro, a fim de receber dele o sêmen que gerou seu filho Hórus, o deus egípcio dos céus.
    Na Antiga Mesopotâmia, o sopro da vida tinha o nome de napishtu, o qual era concedido e retirado ao capricho dos deuses.
A deusa egípcia Ísis, segurando a Ankh (cruz sagrada
egípcia) e transmitindo o sopro da vida eterna à rainha
Nefertari, esposa de Ramsés II, tornando-a uma deusa.
    Outra simbologia relacionada ao ar são suas associações com os fenômenos atmosféricos e ao “mau humor” divino.
    Nesse caso, era comum nas antigas crenças, acreditar que trovões, ventos e tempestades sofriam a interferência de personagens como: o deus Thor (deus do trovão), entre os nórdicos; Santa Bárbara (protetora contra raios e trovões), entre os católicos; o deus Éolo (deus dos ventos), entre os gregos; e Júpiter (deus dos raios), entre os romanos.
Thor era um deus nórdico guerreiro, cuja arma
de combate era um martelo encantado
.
    No campo da Arte, o ar está associado aos fenômenos invisíveis ou intangíveis, ou seja, eventos percebidos, mas de existência sutil.
   Deste modo, metaforicamente, o ar pode estar relacionado às ideias, aos sonhos, à felicidade, à liberdade etc.
  Na simbologia religiosa, por estar numa posição entre o céu e a terra, o ar é associado à ascensão e à comunicação com o divino.
   Neste caso, são comuns as tradições religiosas e místicas que queimam incensos, perfumes ou oferendas com o objetivo de agradar a(s) divindade(s) ou provocar estados alterados de consciência.
   Na Maçonaria, alguns ritos, como o Rito Adonhiramita, realizam a cerimônia de incensação durante os seus trabalhos, simbolizando, entre outros, a purificação do ambiente.
O ritual de incensação ocorria nas antigas tradições gregas e
hebraicas. Ainda hoje, ela ocorre nas Igrejas Católica e
Ortodoxa, nas cerimônias de magia e na Maçonaria. 
   No período da Maçonaria Operativa, a lenda de Santa Bárbara, fenômenos atmosféricos associados à vida da santa, originaram a crença nessa mártir como padroeira dos pedreiros.
    De acordo com essa antiga crença europeia, na Idade Média, os pedreiros que trabalhavam no alto da construção de catedrais, castelos e palácios, devotavam suas orações à Santa Bárbara, buscando proteção para os seus trabalhos, durante os dias em que ocorriam chuvas fortes ou tempestades.
  No que se refere ao Rito Escocês Antigo e Aceito, os sons de trovões, ventos e tempestades (Prova do Ar) são importantes elementos apresentados na Maçonaria Azul (ou Graus Simbólicos).
  Nos estudos do Grau 23 (Chefe do Tabernáculo) e do Grau 24 (Príncipe do Tabernáculo), o Altar dos Perfumes (ou Altar dos Incensos), é um importante elemento da simbologia desses graus.
Altar dos perfumes, onde são acomodados
os turíbulos e as substâncias aromáticas.
   No Grau 29 (Grande Escocês de Santo André), são apresentados o Sinal do Ar e Anjo do Ar como importantes elementos ritualísticos na execução desse Grau.

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